terça-feira, 18 de novembro de 2008

Carole Lombard !


Carole Lombard, nascida em 1904 e falecida em 1942, num desastre de avião, era esposa do famoso ator Clark Gable desde 1939.

Era de uma beleza serena e sofisticada, apesar da pequena cicatriz em uma das faces, resquício de um desastre automobilístico que a obrigou a fazer várias plásticas.

Antes de casar-se com Gable, ela foi apaixonada pelo famoso cantor Russ Colombo que morreu de uma forma trágica: foi alvejado na cabeça por uma bala que disparou enquanto examinava uma arma.

Sua trágica e curta vida terminou quando ela fazia uma viagem aérea que objetivava a venda de bônus para auxílio às tropas norte americanas na Segunda Guerra Mundial. Essa viagem seria feita de trem mas, juntamente com sua mãe, optou pelo avião que ao levantar vôo e partir de Las Vegas, chocou-se com um pico montanhoso, levando à morte todos os ocupantes da nave. Foi um grande abalo para o célebre ator Clark Gable que somente retirou-se, inconsolável, do local do acidente após perdidas as esperanças de resgatar alguém com vida.


Filmografia
Bolero (1934), com George Raft
A Suprema Conquista (Twentieth Century - 1939), com John Barrimore, Roscoe Karns e Wonder Conelly, dirigido por Howard Hawks

Curiosidades
Existe um filme sobre sua vida com Clark Gable: Os Ídolos Também Amam

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Roy Orbison, o cantor dos amores perdidos !


Roy Kelton Orbison (23 de abril de 1936, Vernon – 6 de dezembro de 1988, Hendersonville, Tennessee), apelidado de "The Big O", foi um influente cantor e compositor norte-americano e um dos pioneiros do rock and roll, e cuja carreira estendeu-se por mais de quatro décadas. Orbison foi internacionalmente reconhecido por suas baladas sobre amores perdidos, por suas melodias ritmicamente avançadas, seu timbre vocal de três oitavas, seus característicos óculos escuras e um ocasional uso de falsete, tipificado nas canções como "Only The Lonely", "Oh, Pretty Woman" e "Crying". Em 1988 foi incluido postumamente na galeria da Fama de compositores de música.
Roy Orbison nasceu no dia 23 de abril de 1936 em Vernon, no Texas, Estados Unidos. Seus pais Orbie Lee e Nardine, deram sua primeira guitarra quando tinha 6 anos de idade. Como era de se esperar, para um jovem morando no Texas, suas influências musicais foram o gospel e o country.
Estimulado pelo pai e pelo tio, Roy começou a cantar em shows e no rádio antes dos dez anos de idade. Aos dez, ele recebeu seu primeiro pagamento como cantor num concurso de talentos. No começo de sua adolescência, ele já viajava pelo Texas. Sua primeira banda, aos treze anos, foi The Wink Westerners formada por amigos de escola. Depois ele mudou para The Teen King. Roy Orbison estudou o primeiro grau em escolas de Vernon, Fort Worth e Wink, no Texas. Ele fez o colegial na Wink High School de 1950 a 1954.
Roy estudou por dois anos na Universidade do Texas. Ele pretendia estudar geologia, pois seu pai trabalhava nos campos de petróleo. Enquanto ele estava na universidade, Pat Boone, um amigo, convenceu-o a formar uma nova banda. Após se formar, Roy trabalhava no campo de petróleo e tocava à noite.
Suas apresentações ao vivo fizeram entrar em contato com Johnny Cash, que aconselhou Roy a mandar uma cópia de "Ooby Dooby" para a Sam Phillips da Sun Records, gravadora de Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Em junho de 1956, estava gravado o seu primeiro grande sucesso, "Ooby Dooby", vendendo 20.000 cópias. À princípio pretendia ser apenas um compositor de rock, mas com o tempo, decidiu gravar suas próprias canções e impressionou o mundo com sua voz forte e frequentemente preferindo permanecer em tons agudos.
Roy Orbison, assim como aconteceu com seu amigo Elvis Presley, foi confundido, no início de sua carreira, por disc jockeys e por quem ouvia sua músicas, como um cantor negro, devido ao seu tipo de voz. O primeiro grupo famoso à gravar uma música de Roy foi The Everly Brothers: "Claudette", uma de suas primeiras composições e que Roy dedicou à sua primeira esposa, em 1958.
Alguns anos depois, Roy Orbison, como em agradecimento aos Everly Brothers, gravou dois de seus grandes sucessos: "Bye Bye Love" no seu álbum Lonely & Blue, em 1960 e "All I Have To Do is Dream", no seu álbum In Dreams, em 1963. Ainda com relação à gravação de Claudette, Roy Orbison usou seus direitos autorais resultantes deste sucesso para livrá-lo do contrato com a SUN RECORDS e assinar com a gravadora Monument. Sua primeira gravação Up Town, em 1960, já constava da lista de sucessos dos Estados Unidos. Neste mesmo ano, sua canção "Only The Lonely" foi rejeitada por Elvis Presley e os Everly Brothers e Orbison decidiu ele mesmo gravar. O resultado foi sensacional: a canção atingiu o topo das paradas da Inglaterra e por pouco não chegou ao ponto máximo dos EUA, vendendo dois milhões de discos.
Comenta-se que Roy Orbison, uma pessoa tímida e de poucas palavras, usava óculos escuros para corrigir o seu astigmatismo crônico. Ainda na década de 60, gozou de sucesso sem precedentes, tanto na Inglaterra como nos EUA, usando seu estilo de baladas românticas como "Blue Angel", "Running Scared", "Crying", "Dream Baby", "Blue Bayou" e "In Dreams" . Mesmo durante o sucesso dos Beatles (de quem tornou-se amigo) na América, Orbison foi um dos poucos artistas americanos que manteve seu sucesso comercial.
Durante o auge dos Beatles nas paradas de sucesso, ele foi por duas vezes o número um na Inglaterra com o poderoso "It's Over" e o seu maior sucesso "Oh, Pretty Woman", vendendo 7 milhões de discos em 1964. Sua fama era tão grande, que os Beatles se sentiram orgulhosos por terem feito uma turnê com ele em 1963 (existe o comentário de que música Please Please Me teve grande influência do estilo de Roy Orbison). Roy considerava a Inglaterra sua segunda pátria, consequência de seu grande sucesso naquele país e das turnês frequentes que lá ele fazia.
Em 1965, Roy Orbison assinou com a MGM, pensando na possibilidade de ser um ator de cinema, como foi Elvis Presley. De fato, ele chegou a gravar um filme em 1968: The Fastest Guitar Alive, no entanto, de pouco sucesso. Roy Orbison sempre gostou de música country e nunca escondeu sua admiração pelo cantor e compositor Don Gibson. Tanto é assim, que em 1967 Roy gravou um álbum chamado Roy Orbison Sings Don Gibson, o que se tornou algo inédito, pelo fato de Roy ser o autor da maioria de suas canções gravadas. Apenas para lembrar, Roy gravou, de autoria de Don Gibson: "I Can't Stop Loving You", "I'd Be a Legend in My Time", "Too Soon to Know", entre outros.
Roy Orbison sofreu grande tragédia em sua vida, quando em 1966, sua esposa Claudette Frady morreu num acidente ao cair do banco traseiro de sua moto e em 1968, quando um incêndio destruiu sua casa, matando dois de seus três filhos (Roy Duwayne Orbison e Anthony King Orbison).
Roy Orbison se casaria novamente, em 1969, com Barbara Orbison. Os anos que se seguiram foram tempos obscuros em sua carreira. Na década de 70, além de passar por problemas financeiros, sofreu uma operação do coração em 1979, e só foi relançado em 1980, quando conquistou um Grammy pelo seu dueto com Emmylou Harris na música "That Lovin' You Fellin' Again", do filme Roadie. Em 1986, seu outro sucesso, "In Dreams", fez parte da trilha sonora do filme Blue Velvet (Veludo Azul).
Em 1987 Roy Orbison foi incluído no Hall da Fama do Rock'n Roll e nesta cerimônia ele cantou "Oh, Pretty Woman" com Bruce Springsteen. Neste mesmo ano, Orbison assinou contrato com a Virgin Records, onde regravou todos seus sucessos, pois muitas das gravações originais estavam "presas" devido ao processo de falência. O resultado foi o álbum In Dreams. Em 1988, Roy ganhou o Grammy pelo dueto com K.D.Lang na música "Crying". Em 1988 produziu o álbum e o vídeo A Black And White Night (Roy Orbison and Friends) onde aparecem vários astros da música, como Bruce Springsteen, Tom Waits e Elvis Costello.
Neste mesmo ano juntou-se a George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Lynne formando os Traveling Wilburys. No entanto, nesta banda, eles não revelaram seus nomes verdadeiros e diziam que era composta por quatro irmãos (Roy, neste caso, era conhecido como Lefty Wilbury). O lançamento deste álbum foi esplêndido a conquistaram o Grammy em 1989. Todos esperavam que a carreira de Roy Orbison estouraria novamente, quando sofreu um ataque cardíaco fatal, em Nashville.
O lançamento do disco Mystery Girl, finalizado postumamente em 1989, foi considerado pela crítica como o mais bem sucedido álbum de toda sua careira, não simplesmente como uma homenagem póstuma mas pelo fato deste disco conter canções que mostravam um homem descontraído e com uma voz que nunca havia soado melhor, como por exemplo "You Got It", "She's a Mistery to Me", "Califórnia Blue", "A Love So Beautiful", "In The Real World", "The Comedians", etc. Em 1992, foi lançado o álbum King of Hearts, contendo algumas músicas inéditas.
Sobre este álbum, Barbara Orbison comentou: "Uma das perguntas que me faziam nestes três últimos anos, era se Roy havia deixado material suficiente para mais um álbum. Este disco, é a resposta". Roy Orbison ficou conhecido como o lendário Big "O". Alguns de seus sucessos foram temas de filmes, como Wild Heart (Insignificance), In Dreams (Veludo Azul), Oh, Pretty Woman (Uma Linda Mulher), Crying, em dueto com K.D.Lang (Hiding Out) e A Love So Beautiful (Proposta Indecente).
É fantástico ver a legião que Roy nos deixou e como o mundo reconheceu. Em 1989, Roy e k. d. lang ganharam o Grammy pelo dueto de Crying. Em fevereiro de 1990, o Roy Orbison Tribute Concert to Benefit the Homeless (Concerto em Tributo a Roy Orbison em Benefício aos Desabrigados) reuniu vários músicos. Don Was, Gary Busey, Dean Stockwell, Patrick Swayze, Bernie Taupin, The Original Byrds (David Crosby, Chris Hillman and Roger McQuinn), Cindy Bullens, T-Bone Burnett, Johnny Cash, Bob Dylan, Chris Frantz, Larry Gatlin, Emmylou Harris, John Hiatt, John Lee Hooker, Chris Isaak, B. B. King, k. d. lang, Michael McDonald, NRBQ, Iggy Pop, Bonnie Raitt, Michelle Shocked, Ricky Skaggs, Stray Cats, Pete Townsend, Was (Not Was), Dwight Yoakam and Tina Weymouth lembraram Roy cantando suas músicas. No final de 1990, Roy entrou para o Songwriters Hall Of Fame (Hall da Fama dos Compositores). No mesmo ano, You Got It e Mystery Girl foram grandes sucessos no mundo todo.
Em 1991, Roy recebeu um Grammy por "Oh, Pretty Woman" do álbum A Black and White Night Live, um show ao vivo com a presença de Jackson Browne, T-Bone Burnett, Elvis Costello, k. d. lang, Bonnie Raitt, Steven Soles, J. D. Souther, Bruce Springsteen, Tom Waits and Jennifer Warnes. Esse ano, duas músicas de Roy estiveram entre as vinte melhores no Reino Unido. Ele tem estado nas paradas por mais de quatro décadas. Inacreditável para um homem que quando perguntavam como gostaria de ser lembrado simplesmente respondia, "Eu só gostaria de ser lembrado."
Em novembro de 1996, outro álbum, The Very Best of Roy Orbison, foi lançado. Neste disco estão todos os grandes sucessos, desde o começo de sua carreira até o final. Roy Orbison está enterrado no Westwood Memorial Park em Los Angeles, Califórnia. Seu túmulo está sem identificação, porém, os registros do cemitério indicam que está na seção D, número 97.
Curiosidades
O falecido Beatle George Harrison caiu de joelhos e implorou para que Roy Orbison se juntasse aos Traveling Wilburys. Harrison e Jeff Lynne fundaram o supergrupo no final dos anos 80 e acabaram por convidar Orbison, Bob Dylan e Tom Petty para integrar a banda. A esposa de Orbison, Barbara, lembra o momento em que Harrison ofereceu ao autor de "Oh, Pretty Woman" a chance de se juntar ao grupo, após um concerto: "quando Roy saiu do palco, ao final do show, George se ajoelhou a seus pés. Foi muito engraçado. Ele disse: 'nós queremos formar uma banda e nós queremos que você faça parte dela. Topa?' E Roy disse sim".

sábado, 1 de novembro de 2008

Aselin Debison !


Aselin Debison (nascida em 27 de junho de 1990) é uma cantora pop Canadense. Sua carreira como cantora começou em 1999, quando ainda tinha menos de uma década de vida. Em 2001, Aselin lançou um álbum de natal chamado The Littlest Angel - hoje um item de colecionador. Em 2002, ela atraiu a atenção de Peter Gelb (então presidente da Sony Classical Records) e o álbum Sweet is the Melody foi lançado no mesmo ano. Em 2005, Aselin retorna com o álbum Bigger Than Me, onde há uma notável mudança de estilo, da música folk, celta e pop, com influências country, para um som mais pop rock. Desde o lançamento de seu último álbum, Aselin praticamente desapareceu da vida pública/de cantora, sua última aparição pública foi em 2007, quando cantou no especial de natal de Rita MacNeil (veterana cantora de folk canadense). Em tempo, é ela que canta às músicas usadas nos comerciais do " Mercado Livre ". A do reclame do beijo chama-se "Someone is there waiting for my song" e a da lambretinha entrando na Igreja chama-se "I Fall In Love With You". A Amanda adora quando eles passam na T.V. . Bom gosto é mal de família ... hi hi hi !

40 anos do Álbum Branco dos Beatles !


1968. O ano das barricadas, do AI-5, do assassinato de Martin Luther King e de muita luta ao redor do mundo, contra e a favor dos direitos civis. O ano em que tantas coisas se definiram e se desnudaram, depois do chamado Verão do Amor (1967), foi também o ano que prenunciou o fim da banda cujos discos guiavam os rumos da juventude.

Intitulado simplesmente The Beatles, mas universalmente conhecido como The White Album (ou Álbum Branco, para os brasileiros), o sucessor do revolucionário Sgt. Pepper‘s Lonely Hearts Club Band, lançado em 22 de novembro de 1968, trazia em si o prenúncio tanto do fim dos Beatles, quanto da era hippie.

O senso de coletividade que caracterizava o ideal hippie levou um duro golpe quando o Álbum Branco saiu, pois foi neste disco que ficou claro que a parceria de John Lennon e Paul McCartney já não funcionava como antes.

Dispersão – A partir do Álbum Branco, seria o individualismo que daria as cartas – tanto entre os Fab Four de Liverpool, quanto na sociedade ocidental. Apesar de ainda assinarem todas as suas faixas como Lennon-McCartney, é fato público que, a partir do Álbum Branco, eles não compunham mais juntos.

O sonho que John Lennon declararia oficialmente morto no final de 1970, durante sua histórica entrevista para o jornalista Jann Wenner (fundador da revista Rolling Stone), já dava sinais de sua precária saúde ao longo do disco.

Já de caso com a artista plástica japonesa Yoko Ono, Lennon começava a procurar se expressar por si próprio, sem o apoio de Paul. Este, por sua vez, sentia profundamente o afastamento do amigo – graças a Ono e às drogas –, e buscava se firmar como líder da banda. George Harrison, que compunha cada vez mais, também queria mais espaço no grupo – e nos discos, para suas composições.

Até Ringo Starr, um notório cuca fresca, andava emburrado naqueles dias, chegando a abandonar a banda no meio das gravações. Por conta disso, a bateria das faixas Back in the U.S.S.R. e Dear Prudence foram gravadas por Paul. Ringo voltaria pouco depois, a pedido dos outros três.

Os quatro também ainda estavam abalados com a morte do empresário e amigo Brian Epstein, morto um ano antes. O selo fundado pelo grupo, o Apple Records, também ia mal das pernas, fazendo-os perder dinheiro.

O resultado de tanta angústia durante as gravações – além do individualismo reinante entre os integrantes – foi um álbum conhecido pela falta de foco e pela multiplicidade de climas, mas que, mesmo assim, não deixa de ser genial. Afinal, são os Beatles.

Há desde o ar pueril de Ob-La-Di Ob-La-Da ao experimentalismo árido de Revolution 9. Desde a paródia de Chuck Berry em Back in the U.S.S.R. ao manifesto zen de George em While My Guitar Gently Weeps (com solo matador de Eric Clapton, não creditado). Desde o hard rock primordial de Helter Skelter à tocante homenagem de John a sua mãe, em Julia. Desde o desabafo sarcástico do mesmo John em Yer Blues ao chamado à responsabilidade feito por Paul em Why Don‘t We Do It in the Road?


Um álbum controvertido e admirado

Na década de 80, o jovem cantor Paquito, então band-leader da banda de rock Flores do Mal, ficou admirado ao chegar em casa certo dia e se deparar, no playground do prédio onde morava, com uma animada roda de garotos por volta dos 12 anos, tocando violão e cantando os hits da fase inicial dos Beatles.

No centro da roda, ao violão, estava um púbere Paulinho Oliveira, músico que, pouco mais de dez anos depois, seria integrante da banda Cascadura, na fase em que esta gravou seu segundo álbum, Entre! (1997).

"Por incrível que pareça, o Álbum Branco foi um dos últimos (discos dos Beatles) que eu descobri. Foi Paquito que me apresentou. Quando eu comecei a ouvir, era muito ligado no óbvio, beatlemania e tal. Aí, quando eu tinha uns 12, 13 anos, ele me deu uma fita com o disco gravado", lembra Paulinho, que, quando ainda integrava o grupo, chegou mesmo a percorrer os bares de Salvador em dupla com Fábio Cascadura, tocando só músicas dos Fab Four.

"Foi um choque, pois era muito diferente. É mais radical que o Sargent Pepper's, até porque tem um desenvolvimento mais tecnológico, pois já foi gravado em oito canais. O Sgt. Pepper's foi gravado em quatro, imagine. O som da bateria é mais próximo ao contemporâneo", opina.

“Há até quem diga que o Álbum Branco são quatro discos solo prensados em um. O próprio George Martin já declarou que preferia que ele tivesse saído como um LP simples, ao invés de duplo. Já vi também uma entrevista de Paul onde ele fica super na defensiva ao falar do disco, que ele não tinha foco e tal“, lembra Paulinho.

Ainda assim, ele, como qualquer fã do grupo, vê o disco como “o último projeto bem-sucedido dos Beatles“. “Com o Yellow Submarine eles quase não tiveram envolvimento. O Get Back ficou na gaveta e só foi retomado pelo (produtor) Phil Spector mais de um ano depois, tornando-se o Let It Be. E o Abbey Road foi um projeto, proposto por George Martin, para fechar a tampa mesmo“, enumera.

Fã da veia melodista de Paul McCartney, ele aponta a faixa Martha My Dear, feita por Macca para sua cachorra, como a sua preferida. “Mas ali não tem nada de Beatles. Já tinha a cara das coisas que ele fez com o Wings, nos anos 70. Da mesma forma, as faixas de George já tinham um jeitão de All Things Must Pass (LP solo triplo, lançado já em 1970). É lindo, mas é triste“, conclui.

Inglês doido – “Eu botei Paulinho no crime. Criei um monstro“, brinca Paquito, dando uma boa risada ao se recordar do episódio da fita, que ele nem lembrava mais.

“Eu gosto de todos os LPs dos Beatles. Acho que cada um é bom à sua maneira. Mas o Branco é importante por que foi onde cada um fez o que estava a fim. Era um disco de Paul e a banda, John e a banda e assim por diante“, observa Paquito.
“Passei a gostar dele à medida que eu fui ouvindo ao longo dos anos, pois é um álbum grande, além de ter sido o último que eu comprei, pois, como era duplo, era mais caro“, conta.

“Então eu fui digerindo ao longo dos anos. Tem desde Mother‘s Nature Son até Revolution 9, que são extremos. Não há uma direção, mas como eram os Beatles, eles tinham esse controle na hora de fazer o álbum. A capa branca é uma oposição ao anterior, que era muito colorida. As canções, você percebe que nasceram acústicas e isoladamente. No Anthology ele está quase todo lá de novo, em versões demo acústicas. O que mantém a unidade é que é um álbum de grupo, no caso, Beatles. Um disco muito à vontade, que nas mãos de outra banda sairia um rock do inglês doido“, analisa.

Para outro estudioso local dos Beatles, o químico Nei Bahia, um antigo parceiro de composição de Fábio Cascadura, a capa branca é como um aviso: “Ela só existe para embalar. Você tem que prestar atenção no que se ouve. O resto é dispersão“, acredita.
Para ele, a faixa mais importante do álbum é Why Don't We Do It on the Road. “Essa é um recado de Paul, que achava que eles só sobreviveriam se voltassem à estrada (já que eles não faziam mais shows desde o Rubber Soul), a ser uma banda de rock“, opina. “Mas as visões são as mais díspares. Tem gente que acha que é sobre drogas“, acrescenta.

Arma quente – Como tudo o que os Beatles faziam, o Álbum Branco ecoou mundo afora, influenciando muita gente. O maníaco Charles Manson disse que se inspirou nas faixas Helter Skelter e Blackbird para justificar o massacre ordenado por ele na mansão do cineasta Roman Polanski, quando sua esposa, a atriz Sharon Tate, foi assassinada aos oito meses de gravidez.
No Brasil, Caetano Veloso lançou, do exílio, seu próprio Álbum Branco, logo no ano seguinte. Com a capa toda branca – levando apenas sua assinatura –, a referência é inevitável.