sexta-feira, 31 de outubro de 2008

No dia 2 de Novembro, 12 Anos sem Eva Cassidy !


Eu não poderia deixar de escrever sobre esta cantora iluminada.Cantasse o que fosse, jazz, Folk, Pop, R&B, Standards, Pop... ela provocava comoção, quando não, lágrimas nos olhos ('Sting' que o diga, ficou espantado quando ouviu sua canção 'Fields Of Gold' em sua tocante voz). Há algo de mágico, místico em suas interpretações.
'Eva Cassidy' é daquelas figuras que vem como não quer; apronta rapidinho; deixa uma nesga de luz pra a humanidade e parte cedo. Em vida pouco foi conhecida além do seu estado natal, 'Washington DC'. O ano de 1996 que poderia ter sido o início de uma carreira brilhante, foi também o ano que pôs fim a todos os projetos de 'Eva'.
Em Janeiro/96 'Eva' gravou 'Live At Blues Alley', seu primeiro disco (não contando um em parceria com 'Chuck Brown', em 92) . Não tão satisfeita com o resultado, tratou logo de entrar no estúdio e iniciar as gravações daquele que seria seu 'debut', 'Eva By Heart', lançado postumamente um ano depois.
'Eva' descobriu em Julho/96 que seu corpo estava tomado por um câncer devastador. Em Setembro/96, usando muletas para chegar até o palco, fez sua última apresentação para amigos e admiradores cantando 'What A Wonderful World'.
'Eva Cassidy' faleceu em 2 de Novembro de 1996, aos 33 anos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

" IL DIVO " - O FENÔMENO LÍRICO POP !


O Il Divo é um projeto dos empresários Simon Caldwell (American Idol) e Simon Fuller (Spice Girls e Annie Lennox), que buscaram quatro cantores de formação clássica para formar um grupo pop-erudito. Os escolhidos foram o norte-americano David Miller (tenor), o francês Sebastien Izambard (cantor popular), o suíço Urs Buhler (tenor) e o espanhol Carlos Marin (barítono), que deram nova leitura a músicas populares, novas e antigas, em versões que celebram a harmonia entre o pop e a música clássica. Os caras são um fenômeno. Já venderam mais de quatro milhões de cópias de seu CD de estréia, em apenas oito meses, sendo um milhão e meio somente na Inglaterra. Eles alcançaram o primeiro lugar em vários países, como Canadá, Suécia, Austrália, Malásia, Finlândia e Taiwan. O grupo está com o hit "Regresa a Mi" (Unbreak My Heart) presente na trilha da novela América. O Brasil foi presenteado com uma versão em português desta faixa, "Volta Pra Mim", produzida por Guto Graça Mello.

31 de outubro, Dia das Bruxas ou Halloween, é uma festa típica anglo-saxã.


Os celtas, um povo que viveu há muito tempo na região onde hoje ficam a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda, bem antes do nascimento de Jesus Cristo, comemoravam o Dia de Samhain (pronuncia-se "so-in") em 31 de outubro. Era o final de um ano e começo de outro, o fim da "temporada do sol" e o começo do frio, quando chegava o inverno e a terra congelava. A data significava também a abertura do portal entre o mundo dos mortos e o dos vivos.
As pessoas acreditavam que nesse dia, as almas dos mortos vinham à procura dos vivos, e tinham muito, muito medo dessa "visita" anual. Daí resolveram se vestir da forma mais estranha possível nessa data, para não parecerem humanos e despistarem os espíritos.
Tempos depois, os celtas foram conquistados pelos romanos, que eram guerreiros e dominavam novas terras e povos, há quase dois mil anos. Seus costumes e festivais se misturaram com os do lugar: eles comemoravam o Dia de Pomona na mesma época do Samhain. Pomona era uma deusa que protegia a agricultura, as frutas e os jardins. Assim, espigas de milho e maçãs, simbolizando fartura de alimentos para as colheitas do ano seguinte, foram incluídas na antiga festa celta.
Mais tempo, quase mil anos, se passou e o feriado foi somado ao que a Igreja comemorava em primeiro de novembro, chamado de All Hallows Day (Dia de Todos os Santos, em inglês). E o dia anterior, o 31 de outubro, ficou conhecido como Hallows Eve, ou véspera de Todos os Santos, dando origem ao nome que conhecemos hoje, Halloween.
Mas as pessoas não esqueceram as festas originais dos celtas e continuaram a acender fogueiras e dançar em volta, fantasiadas de esqueletos, diabinhos, fantasmas e monstros, enfeitando as casas com lanternas feitas de abóboras escavadas e iluminadas por dentro com a chama de uma vela. E conservaram várias das superstições desse festival.
Por exemplo, se uma moça descascar uma maçã sem romper a casca e atirá-la para trás, por cima do ombro, à meia-noite, ao cair no chão ela formará a primeira letra do nome de seu futuro marido. Na Irlanda, as crianças iam de casa em casa pedindo alimentos para comemorar a noite de Halloween, o que deu origem ao hábito de pedir doces dizendo: gostosuras ou travessuras!
Como você pode ver, o Halloween, ou Dia das Bruxas como é chamado por aqui, é uma soma de várias tradições muito antigas dos povos da Europa, e, mais tarde, da América do Norte. Hoje essa data é comemorada principalmente na Inglaterra, na Irlanda, nos Estados Unidos e no Canadá, mas já existem festividades também no Brasil.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Vaslav Nijinski


Vaslav Nijinski nasceu em Kiev, Rússia, em 28 de outubro de 1890. Seu nome simboliza vôo, o impulso infinito. Descendente de família de bailarinos, com apenas 10 anos de idade, Nijinski, junto com centenas de outras crianças, apresentou-se a um júri composto por professores famosos para fazer os exames de ingresso na Escola Imperial de Bailado. Os testes iam desde a conformação física até a avaliação da rapidez de espírito.

Quando se apresentou para corpo de professores o comentário ouvido foi: "corpo perfeito! Músculos desenvolvidos acima da média! Corpo simétrico! Reações óticas e auditivas extraordinárias! E coordenação perfeita nos movimentos! Psicologicamente, são!". E Nijinski foi selecionado entre os 15 finalistas.

Sua família viveu com dificuldades. O seu pai passava longos perídos longe de casa a procura de trabalho e, quando conseguia algum, exercia as mais diversas funções. Quando a mãe, Eleonora Nijinski, Béréda, nome de solteira, vê o segundo filho passar para a Escola Imperial de Bailado , encara o fato com grande alívio, pois lá, após o segundo ano, todas as despesas do aluno ficariam a cargo da própria Escola.

Aos 15 anos de idade, Nijinski estréia em seu primeiro bailado fazendo um fauno em "Äcis et Galatée" e já foi logo sendo elogiado pela critica por sua extrema agilidade e elevações notáveis. Apesar de ter sido indicada a sua contratação para o Teatro Maria 2 anos antes do previsto, ele não aceita e, somente em 1908, estréia como segundo bailarino na Ópera de Mozart, Don Juan.

Conheceu Diaghilev que o levou para o conjunto dos Ballets Russes e a partir daí vira ídolo internacional. Vai para Paris, onde a dança masculina era totalmente desdenhada, mas o público vê nos passos de Nijinski um novo Vestris. Aplaudido em Cleópatra, Le Pavillon d'Ármide e le Festin, festeja um triunfo especial no papel romântico do poeta das Sílfides.

Em Carnaval, encarna um Arlequim; dança o drama Giselle e, mais dramático ainda, baila em Shéherazade.

O apogeu de sua carreira acontece ao lado de Karsavina em O espectro da rosa, de Petruska. Toma o lugar de Fokine quando este abandona a companhia, após a representação de Daphnis et Chloé.

Cria duas obras de espírito diferente, mas os bailarinos não concordam com seu gosto pelo interior, sua rigidez e flexões e o público não consegue acompanhá-lo. Casa-se com Romola de Pulska e Diaghilev se separa dele.

Durante o tempo que passou sob a proteção de Diaghilev, Nijinski não participava dos problemas e afazeres cotidianos. Com o casamento e a consequente separação de Diaghilev, é atirado dentro de um mundo que não conhecia, o mundo do dia-a-dia, com despesas, contas, casamento, vida doméstica e outras obrigações. Por tudo isso, o seu empreendimento na Inglaterra, o seu próximo projeto, vira um fracasso.

Após uma digressão aos EUA, briga definitivamente com Diaghilev e exige ser o único diretor artístico da companhia e é nessa época, que exibe seu último trabalho, sem êxito, Tyl Eulenspiegel. A Companhia dissolve-se sob sua direção. Em 1917, faz uma excursão à Espanha e à América do Sul.

Seu sistema nervoso começa a ameaçá-lo com mais frequência, levando-o a ter crises místicas e mania de perseguição. Nesse mesmo ano, interpreta pela última vez "O espectro da Rosa". Depois, foi morar definitivamente em St. Moritz, na Suíça. Foi novamente internado em crise nervosa que o perseguiria até seus últimos dias. Nijinski morreu no dia 11 de abril de 1950.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O primórdio do Cinema , George Méliès !


George Méliès nasceu em 1861 e depois de se tornar um dos mais famosos mágicos ilusionistas da França, dono do famoso teatro “Robert-Houdin”, se tornaria também, o criador do primeiro filme de ficção científica da história, “Viagem à Lua” (de 1902), e o inventor de uma técnica de efeitos especiais usada até hoje: o “stop-motion”, a filmagem quadro-a-quadro que dá movimento a objetos inanimados.

A história de Méliès com o cinema começa com os irmãos Auguste e Louis Lumière, quando estes apresentaram o seu “cinematógrafo” à cerca de 30 pessoas em 1895, em Paris. Os irmãos Lumière que acabavam de inventar o cinema sem querer deram uma idéia ao mágico Méliès que viu no cinematógrafo uma boa maneira de mostrar sua arte.

O mágico do cinema descobriu a técnica que o deixaria famoso por acidente. Um dia enquanto filmava um ônibus em movimento a câmera de repente pifou. Ao voltar a filmar, um carro fúnebre aparecera no lugar do ônibus e, ao assistir a filmagem Méliès percebeu que o ônibus “se transformara” em um carro fúnebre.

Até fazer seu filme de maior sucesso, “Viagem à Lua” de 1902, Méliès fez vários outros filmes (ao todo, Méliès filmou cerca de 500 filmes em toda sua vida), incluindo o filme “Orquestra de um Homem Só” onde ele mesmo aparece tocando vários instrumentos ao mesmo tempo.

Infelizmente, como a maioria dos grandes gênios naquela época, Méliès morreu sem ter o reconhecimento devido. Apenas cinco anos após lançar seu filme de maior sucesso encontrava-se falido. O Teatro “Robert-Houdin” fechara por ocasião da I Guerra Mundial e seu teatro de variedades (que ele havia criado em 1915) declarou falência em 1923.

Várias de suas obras foram vendidas para fábricas de celulóide e transformadas em sapatos para soldados. O próprio Méliès revoltado com sua situação financeira destruiu parte de seus filmes.

Méliès morreu em 1938. Falido, sem sucesso, sem mágica.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Francisco Alves, " O Rei da Voz " !


Francisco de Morais Alves nasceu no Rio de Janeiro RJ em 19 de Agosto de 1898. Filho de portugueses, nasceu na rua Conselheiro Saraiva, no centro, sendo criado nos bairros da Saúde, Estácio e Vila Isabel. Seu pai tocava alguns instrumentos e era dono de botequim. Cursou apenas a escola primaria e desde cedo interessou-se pela música. Da irmã Nair ganhou uma guitarra e as primeiras lições. Começou sua carreira de cantor em abril de 1918, na Companhia de João de Deus-Martins Chaves. Depois ingressou na Companhia de Teatro São José, do empresário José Segreto.

Em 1919, para o Carnaval de 1920, levado por Sinhô, gravou na etiqueta Popular (recém-fundada por Paulo Lacombe e João Batista Gonzaga, suposto filho de Chiquinha Gonzaga) dois discos com a marcha O pé de anjo e os sambas Fala meu louro e Alivia estes olhos, todas de Sinhô. Ganhava a vida como motorista de praça, apresentando-se como cantor-ator secundário de revistas musicais. Casou-se em 1920 com Perpétua Guerra Tutóia, de quem logo se separou. No mesmo ano conheceu a atriz-cantora Célia Zenatti, sua companheira por 28 anos. Em 1924 gravou para o Carnaval dois discos na Odeon, com o samba Miúdo (Sebastião Santos Neves) e as marchas Não me passo pra você e M.lle. Cinema (ambas de Freire Júnior). Voltou em 1927 a Odeon na qual rapidamente gravou 11 discos com 19 músicas ainda no sistema mecânico, com destaque para Cassino Maxixe (primeira versão de Gosto que me enrosco) e Ora vejam só, sambas de Sinhô. Em julho de 1927, quando a Odeon inaugurou no Brasil o sistema elétrico de gravações, foi o interprete da marcha Albertina e do samba Passarinho do má (ambas de Duque), as duas faces do primeiro disco produzido eletricamente, o Odeon 10.001. Em 1928 passou a gravar concomitantemente na Parlophon, subsidiaria da Odeon, utilizando o apelido de Chico Viola. Em fevereiro de 1929 fez sua estreia no radio, apresentando-se na Rádio Sociedade. Seus discos começaram a sair em profusão e sem tardar alcançou o topo do qual jamais saiu até falecer. Só em 1928 e 1929 gravou quase 300 musicas de reconhecida qualidade. Interpretou todos os gêneros e foi quem mais gravou em toda a historia dos discos de 78 rpm no Brasil: 526 discos com 983 musicas. Como compositor deixou cerca de 132 musicas, sendo seu forte a melodia.

Em 1928 fez na Parlophon o primeiro registro da canção A voz do violão, melodia sua e versos de Horácio Campos, grande sucesso, tanto que a regravou em 1929, 1939 e 1951. Nesse ano também lançou de Sinhô os sambas A favela vai abaixo, Ora vejam só (segunda matriz) e Não quero saber mais dela, em dueto com Rosa Negra, e de Pixinguinha com letras de Cícero de Almeida os sambas Festa de branco e Samba de nego, bem como a modinha Malandrinha, de Freire Júnior, e a canção Lua nova, sua e de Luís Iglesias. Nos anos de 1929 e 1930, de campanha presidencial, foi quem mais gravou canções de conteúdo político, como em 1929, o samba É sim senhor e a marcha Seu doutor (ambos de Eduardo Souto), a marcha Seu Julinho vem (Freire Júnior), e, em dueto com Araci Cortes, o samba É no toco da goiaba (Eduardo Souto e José Jannyni). No Carnaval de 1930 obteve notável êxito com a marcha Dá nela (Ary Barroso). Outro sucesso memorável foi sua gravação do Hino a João Pessoa (Eduardo Souto e Osvaldo Santiago), antes da revolução de outubro desse ano, durante o qual também excursionou pela primeira vez ao exterior, apresentando-se em Buenos Aires, Argentina, com a companhia de revistas musicais de Jardel Jercolis.

Na volta a Odeon reuniu-o a Mário Reis, por sugestão sua, para cantarem em dupla, estreando com os sambas Deixa essa mulher chorar (Brancura) e Qua-qua-quá (Lauro dos Santos), êxitos no Carnaval de 1931. A dupla durou ate o final de 1932 e deixou 12 discos com 24 gravações importantes, entre as quais o samba Se você jurar (1931), com Ismael Silva e Nilton Bastos, Marchinha do amor (1932), de Lamartine Babo, a marcha Formosa (Carnaval de 1933), de Nássara e J. Rui, e Fita amarela (Carnaval de 1933), de Noel Rosa.

Em 1931 gravou entre outros sucessos a versão da valsa Dançando com lagrimas nos olhos (Joe Burke e Lamartine Babo), a modinha Deusa (Freire Júnior) e o samba Mulher de malandro (Heitor dos Prazeres), no Carnaval de 1932, primeiro prêmio no primeiro concurso oficial de musicas carnavalescas. Ainda nesse ano lançou o samba Gandaia (seu com Ismael Silva) e Para me livrar do mal (Ismael e Noel Rosa) e começou sua parceria com Orestes Barbosa, apenas letrista, com a canção Meu companheiro, que produziu 14 composições ate 1934. Em 1933 gravou de Noel Rosa os sambas Fita amarela, já referido, Pra esquecer, Feitio de oração (com Vadico) em dueto com Castro Barbosa, Não tem tradução, entre outros, bem como a marcha junina Cai, cai balão (Assis Valente), com Aurora Miranda em sua estreia no disco, a rumba Garimpeiro do Rio das Garças (João de Barro), a canção Pálida morena (Freire Júnior). Nesse ano, o locutor César Ladeira deu-lhe o slogan de Rei da Voz. Em 1934 transferiu-se para a RCA Victor, na qual ficou ate 1937. Passou a dirigir um programa na Radio Cajuti, nele 1ançando o cantor Orlando Silva, que se tornaria seu grande rival junto ao publico. Ainda em 1934 gravou a valsa A mulher que ficou na taça (sua com Orestes) e fez aquele que seria seu único disco com Carmen Miranda, com a marcha Retiro da saudade (Noel Rosa e Nássara). Tinha se iniciado de certa forma no cinema em Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga, no qual foi aproveitada apenas sua voz tirada de discos. Em 1935 estreia de fato na tela em Alô, alô Brasil, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro, a que se seguiriam os filmes Alo, alo Carnaval, de Ademar Gonzaga (1936), Laranja da China (1940), de J. Rui, e Samba em Berlim (1943), Berlim na batucada (1944), Pif-paf (1945), Caídos do céu (1946) e Esta e fina (1948), todos de Luís de Barros.

No Carnaval de 1935 lançou o samba Foi ela (Ary Barroso) e a marcha Grau dez (Ary e Lamartine) e depois o samba Na virada da montanha (mesma parceria). Depois de vários anos, e pela ultima vez, atuou no teatro musicado na bem sucedida burleta Da favela ao Catête, de Freire Júnior. No Carnaval de 1936 lançou as marchas Manhas de sol (João de Barro e Alberto Ribeiro), Uma porta e uma janela (Nássara e Roberto Martins), A.M.E.I. (Nássara e Frazão), os sambas É bom parar (Rubens Soares) e Me queimei (Nássara e Valfrido Silva) e no meio do ano o samba Favela (Roberto Martins e Valdemar Silva). Nas festas juninas foi muito cantada a marcha Pula a fogueira (Getúlio Marinho e João Bastos Filho). Nesse ano apresentou-se na Radio El Mundo, de Buenos Aires, por dois meses, tendo levado Alzirinha Camargo e Benedito Lacerda, e também publicou sua autobiografia Minha vida, minha vida. Em 1937 gravou o samba-canção Serra da Boa Esperança (Lamartine Babo). Em 1938, no Carnaval pernambucano, marcou sucesso com as gravações dos frevos Ui, que medo eu tive! (Anibal Portela e José Mariano) e Júlia (Capiba) e, no Carnaval carioca, com os sambas Ando sofrendo (Roberto Martins e Alcebíades Barcelos) e Vão pro Scala de Milão (Ary Barroso). Nos gêneros sentimentais, lançou o samba-canção A única lembrança (Ary Barroso) e a canção Meu romance (Saint-Clair Senna).

Em 1939 registrou as valsas Diga-me e Minha adoração (ambas de Nelson Ferreira) e Valsa dos namorados (Silvino Neto) e o gênero a que se chamou "samba-exaltação" com Aquarela do Brasil (Ary Barroso), designado no selo do disco "cena brasileira". Transferiu-se para a Columbia e gravou nesse gênero Brasil! (Benedito Lacerda e Aldo Cabral), em dueto com Dalva de Oliveira, 1939; Onde o céu azul e mais azul (João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho), 1940; Canta Brasil! (Alcir e Davi Nasser), 1941; Bahia com H (Denis Brean), 1947; São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser), 1951, e outros. Em 1940 lançou no Carnaval a marcha Dama das Camélias (Alcir e João de Barro) e os sambas Solteiro e melhor (Rubens Soares e Felisberto Silva) e Despedida de Mangueira (Benedito Lacerda e Aldo Cabral). Em 1941 lançou os sambas carnavalescos Poleiro de pato e no chão (Rubens Soares) e Eu não posso ver mulher (Osvaldo Santiago e Roberto Roberti) e a valsa Eu sonhei que tu estavas tão linda (Francisco Matoso e Lamartine Babo).

Depois de atuar em diversas emissoras, fixou-se a partir de 1941 na Radio Nacional ate falecer. Seu programa dos domingos ao meio-dia, Quando os Ponteiros se Encontram, apresentado pela locutora Lúcia Helena, obteve maciça audiência em todo o Brasil. Em 1942 foi um dos vencedores do Carnaval com Sandália de prata (Alcir e Pedro Caetano) e, na musica romântica, lançou as valsas Carnaval da minha vida (Benedito Lacerda e Aldo Cabral) e Capela de São José (Marino Pinto e Herivelto Martins). Em 1943 gravou as versões dos foxes-canções Beija- me muito (Consuelo Velasques e Davi Nasser) e O amor e sempre amor (Hupfeld e Jair Amorim), e a valsa- bolero A mulher e a rosa (Alcir e Davi Nasser) e, em 1944, no Carnaval, a marcha Eu brinco (Pedro Caetano e Claudionor Cruz) e o samba Odete (Herivelto Martins e Waldemar de Abreu), com o Trio de Ouro.

Em tempo de guerra gravou Canção do expedicionário (Espártaco Rossi e Guilherme de Almeida) e varias versões. Em 1945 seus sucessos no Carnaval foram o samba Isaura (Herivelto Martins e Roberto Roberti) e Que rei sou eu? (Herivelto e Valdemar da Ressurreição); em 1946, a marcha Palacete no Catête (Herivelto e Ciro de Sousa) e o samba Vaidosa (Herivelto e Artur Morais); depois, o samba Fracasso (Mário Lago) e as regravações da canção Minha terra (Valdemar Henrique) e do fox-canção O cigano (Marcelo Tupinambá e Gastão Barroso). Em 1947, no Carnaval, fez sucesso com o samba Palhaço (Herivelto e Benedito Lacerda) e depois com Cinco letras que choram (Adeus) (Silvino Neto), Bahia com H, já referido, e os sambas-canções Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues) e Caminhemos (Herivelto Martins); em 1948, o samba Falta um zero no meu ordenado (Ary Barroso e Benedito Lacerda). Vieram então os sambas-canções Quem ha de dizer (Lupicínio e Alcides Gonçalves), Esses moços (Lupicínio) e Madrugada (Herivelto e Evaldo Rui). Em 1949 foram sucessos carnavalescos os sambas Maior e Deus (Felisberto Martins e Fernando Martins) e a marcha Pode matar que e bicho (sua com Haroldo Lobo e Nilton de Oliveira) e, em 1950, foi muito cantado o samba A Lapa (Herivelto e Benedito Lacerda); lançou ainda os sambas-exaltação Forasteiro e Aquarela mineira (ambos de Ary Barroso) e o samba Maria Rosa (Lupicínio Rodrigues). Em 1951, foi a vez dos sambas Deus lhe pague (Polera, André Penazzi e Davi Nasser) e Lili (Haroldo Lobo e Davi Nasser), das marchas Holandesa (Davi Nasser e Haroldo Lobo), com Dalva de Oliveira e Retrato do velho (Haroldo Lobo e Marino Pinto) e do samba-exaltação São Paulo, coração do Brasil (com Davi Nasser). A parceria com Davi Nasser, iniciada em 1940, resultou em 20 composições e um livro de bolso biográfico, escrito por Davi, Chico Viola, publicado em 1966. Em 1952, no Carnaval, teve muito êxito com a marcha Confete (Jota Júnior e Davi Nasser).

Faleceu em Pindamonhangaba SP em 27 de Setembro de 1952, num desastre de automóvel na Via Dutra, quando o Buick que dirigia recebeu o choque de um caminhão na contramão.

DENER PAMPLONA DE ABREU .


1937- Nasce no dia 3 de agosto em Belém do Pará.

1948 - Inicia sua vida profissional na Casa Canadá, com apenas 13 anos.

1950 - Faz o vestido de debutante de Danuza Leão, que o apresenta a Ruth Silveira com quem vai trabalhar.

1957 - Com 21 anos, abre seu primeiro ateliê, na Praça da República.

1958 - Muda o ateliê para a aristocrática Avenida Paulista. Veste clientes famosas, inclusive a primeira dama, Sara Kubitscheck.

1959 - Ganha os prêmios de Agulha de Ouro e de Platina, no Festival da Moda, patrocinado pela Tecidos Matarasso Boussac.

Entre os concorrentes figurava até o costureiro Christian Dior. Após a morte desse criador, Dener foi convidado para dirigir a criação da maison francesa. Por motivos incertos recusou a oferta.

1962 - Dener é responsável pelo guarda-roupa da primeira -dama Maria Teresa Goulart.

1963 - Com o apoio da revista Manchete e Cia Brasileira de Tecidos Rhodiaceta e do Instituto Brasileiro do Café, Dener e outros estilistas lançam em conjunto a coleção Brazilian Look, com mais de cem modelos que foram apresentados na Europa.

1964 - Recebe a Palma de Ouro, no Festival Internacional da Moda, em Las Vegas, com um vestido de cauda rebordade de águas marinhas naturais.

1965 - Casa-se com uma de suas manequins, Maria Stela Splendore na época com 16 anos.

1966 - Nasce seu filho Frederico Augusto

1967 - Nasce sua filha Maria Leopoldina

1968 - É criada a empresa Dener Difusão Industrial de Moda. Fica oficializada a criação da primeira grife de moda nacional.

1969 - Termina seu casamento com Maria Stela.

1970 - É o fim dos anos áureos da alta-costura. Transfere seu ateliê para a Al. Jaú. Estréia como jurado do programa Flávio Cavalcanti.

1971 - Transfere seu ateliê para a Al. Franca.

1972 - Lança o livro autobiográfico Dener, o Luxo, e o manual Curso Básico de Corte e Costura.

1973 - Uni-se a outros costureiros para formar as bases da Associação da Moda Brasileira, cujo objetivo seria lutar contra a evasão de divisas.

1975 - Casa-se com Vera Helena Pires de Oliveira Carvalho. Tranfere seu ateliê para R. Groelândia.

1976 - Separa-se de Vera, desativa seu ateliê e atende em sua casa algumas clientes fiéis da alta-costura.

1977- Vive tempos difíceis. Já doente, lança a coleção A Grande Valsa, inspirada no filme A Viúva Alegre.

1978 - Desgostoso com os rumos da moda, optou pelo exílio voluntário. Morre no dia 09 de novembro em São Paulo aos 41 anos.
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Dener: O Luxo

Recortes de seu livro autobiográfico lançado pela Editora Laudes, Rio de Janeiro, onde mistura realidade e fantasia para contar sua vida e trajetória profissional.

Eu estava decidido a inventar a moda brasileira, sabia que podia e não me faltava o talento de figurinista.

Devo muito à Casa Canadá que foi minha primeira escola. Até os 17 anos aprendi ali os grandes segredos da alta-costura, aprendi a diferença entre ser vedette e ser vulgar, aprendi a viver, usando a froça, para fazer o que me desse na veneta.

O que eu pude fazer para chocar e chamar a atenção eu fiz.

Há uma diferença grande entre mulher bem vestida, mulher chique e mulher elegante. Agora criei uma nova categoria: a mulher luxo.

Mulher luxo: quando aparece no salão, todos sabem que alguem chegou e não é a governante!

A mulher luxo é fora de série, hors concours. Criei essa classificação para acompanhar o desenvolvimento brasileiro.

Uma mulher luxo não lança, ela consagra a moda lançada pelas elegantes.

...agora nos exigimos mais, e por isso parece que o que temos é menos.

Como o brasileiro adora novidade e é vaidosíssimo, o resultado de sua melhora de vida são roupas mais caras.

A alta costura é o laboratório da moda de um país. A alta costura inspira os modelos, mexe a engrenagem de todo o mundo da moda, lança padrões, estilos. Nenhum país tem moda própria, se não tiver uma excelente alta costura.

O brasileiro só não compra roupas caras, se não tiver dinheiro. Fica sem comer, mas está pagando a prestação de suas camisas e dos vestidos da mulher. Quando não tem dinheiro, está doido para ter...para comprar roupas

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O balé revolucionário de Isadora Duncan ! (80 anos da morte da bailarina)


A bailarina Isadora Duncan foi a iniciadora do balé moderno, possuía uma atitude transgressora e espírito livre que se tornaria um símbolo para o feminismo

Ela causou escândalo em sua época ao trocar os Estados Unidos pela União Soviética, afirmando: “Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira.”

Isadora Duncan era a segunda dos quatro filhos do poeta Joseph Charles e da pianista e professora de música Dora Gray Duncan. Nasceu em 1978, em São Francisco, e viveu uma infância atípica para os padrões da época. Filha de pais divorciados, ela, a irmã e os dois irmãos, foram criados na pobreza por sua mãe solteira, e além de receberem a educação formal, a mãe fazia questão de dar-lhes desde cedo, aulas particulares de literatura, poesia, música e artes plásticas.

Isadora Duncan - 1904
Quando ela tinha ainda quatro anos, começou a freqüentar aulas de balé clássico. Na adolescência se apresentava acompanhada dos três irmãos ao som do piano de sua mãe. Desde cedo ela dava mostras de um temperamento transgressor, que a leva a abandonar as convenções do balé da época. As técnicas convencionais do balé clássico e romântico eram extremamente rígidas. Pedia a utilização do espaço geométrico do palco de maneira axial simétrica, durante as apresentações, o homem era sempre o líder e condutor dos movimentos, auxiliando também as mulheres, que deveriam preservar uma dança discreta, e o andar suave.

Aos 11 anos, a jovem Isadora já apresentava uma sensibilidade muito particular, desenvolvendo uma maneira própria de dança. Nessa idade começou também a dar aulas de sua nova técnica. Isadora considerava antiquadas as técnicas clássicas e as sapatilhas de ponta, além de serem incômodas e deformarem o corpo feminino. Foi ela a primeira manifestação substancial do movimento de ruptura que surgiria dentro do balé e que buscava uma forma de dança mais livre e expressiva. Nas palavras dela: "A beleza da arte não é feita de ornamentos, mas daquilo que flui da alma humana inspirada e do corpo que é seu símbolo..."

O surgimento do balé moderno

Em sua aversão pelo balé clássico chegou ao extremo de afirmar: "eu sou inimiga do balé, o qual considero arte falsa e absurda, que de fato está fora de todo o âmbito da arte". Ao romper com os padrões clássicos, Isadora Duncan propõe uma dança liberta de espartilhos, meias e sapatilhas de ponta, apresentando-se em espetáculos solo baseados em improvisações, dando ênfase aos gestos corporais assimétricos. Seus movimentos eram inspirados nos fenômenos na natureza, como o fluir das ondas do mar, do vento, e força das tempestades.

Para sua nova expressividade, Duncan foi buscar referências nas danças rituais da Grécia antiga. Passou a dançar de pés descalços vestindo apenas coloridas túnicas de seda, o que causou escândalo entre a conservadora mentalidade da época. Sua semelhança com as danças gregas podem ser conferidas através da comparação das antigas lápides de dançarinas gregas em rituais dionisíacos com fotos das dançarinas que seguiram a linha de balé iniciada por Isadora Duncan. Revolucionou ainda o repertório musical do que era considerado apropriado para temas de dança, e incorporou a seus trabalhos, peças como as de Chopin e Wagner, que na época eram executadas tão somente para serem ouvidas. “Tive três grandes mestres, os três grandes precursores da dança no nosso século: Beethoven, Nietzsche e Wagner”, dizia ela, que gostava de citar o filósofo Friedrich Nietzsche entre os compositores alemães. Inovou também a estética do palco, utilizando tão somente uma cortina azul como cenário, que visava reforçar a importância da expressividade do dançarino sem recorrer a subterfúgios que ela considerava artificiais e “vazios”.

Durante o desenvolvimento de sua carreira, cada vez mais caminhava para um estilo pessoal único. Visando realçar a emoção do dançarino, valorizou os movimentos espontâneos, mas não ausentes de técnica. Para aperfeiçoar seu balé, se entregou a estudos aprofundados sobre a origem da dança e suas diversas expressões em diferentes culturas, tais estudos resultaram em uma série de textos e ensaios teóricos sobre a dança, o papel da cultura e a vinculação com seu trabalho. "Desde o início sempre dancei minha vida", disse ela, certa vez, demonstrando a maneira particular como encarava a sua arte.

O sucesso na Europa
Quando completou 18 anos, procurando expandir sua carreira, Duncan se mudou para Chicago, onde foi contratada por Augustin Daly, o maior empresário teatral da época.

Com ele, fez diversas excursões, passou por Nova Iorque e Londres onde dançava também em reuniões organizadas por damas da alta sociedade que a levaram em 1900, para Paris. Com sua chegada à França, desde sua primeira apresentação causou grande polêmica com seu balé revolucionário e seus véus transparentes; e onde finalmente acabou encontrando o reconhecimento que buscava quando se apresentou no teatro Sarah Bernhardt. Rapidamente conseguiu fechar contratos para se apresentar na Alemanha, Hungria, Rússia, Grécia e uma turnê por cidades da Boêmia.

Ela e seus filhos Dierdre e Patrick, em 1913
A bailarina promoveu uma reviravolta não só na dança como também nos costumes. Dona de uma postura irreverente, provocou a ira conservadora de muitos. Era avessa à instituição do casamento e diz em sua autobiografia: “Comecei a observar o rosto das senhoras casadas, amigas de minha mãe, e não houve um em que eu não achasse a marca do monstro de olhos verdes e os estigmas da escravidão. E fiz o voto de jamais me rebaixar a situação tão degradante, ainda que isso viesse me custar, com de fato veio, uma quebra de relações com minha mãe e a incompreensão do mundo”. Ela causou escândalo na época por seus tórridos casos amorosos com diversos amantes, entre eles o produtor teatral Gordon Graig, com quem teve sua filha Deirdre; e o milionário herdeiro do império das máquinas de costura, Paris Singer, pai de Patrick. Seu espírito livre tornou-se símbolo da independência feminina.

Funda em 1904 sua primeira escola de dança, em Grunewald, na Alemanha, dirigida por sua irmã Elizabeth. Isadora dava preferência para meninas pobres e cuidava de suas necessidades materiais e físicas, além do ensino acadêmico tradicional. Estas meninas eram conhecidas como “Les Isadorables”, algo como “As Isadoráveis”, que demonstra o carinho que ela tinha pelas crianças.
Desde o início da carreira, Isadora sempre pensou investir seus ganhos na educação de jovens, aperfeiçoando novos talentos.

"Les Isadorables", da escola de Grunewall
Apesar da escola, Isadora continuou trabalhando ativamente e se apresentou com sua companhia em todas as principais capitais européias e diversas cidades dos Estados Unidos, sendo ovacionada por onde passava.
Desgraçadamente, em 1913, seus dois filhos, Deirdre e Patrick, morreram afogados quando o carro em que estavam caiu dentro do rio Sena, juntamente com sua governanta. Profundamente abalada, a bailarina cancelou todas suas apresentações e permaneceu durante meses afastada dos palcos. Um ano depois sua tragédia continuou, quando deu à luz um terceiro bebê do sexo masculino, que morreu poucas horas após o parto.
Quando explodiu a Primeira Guerra Mundial, Duncan retornou aos Estados Unidos para realizar uma turnê com sua companhia, mas foi barrada no aeroporto pelo fato de suas bailarinas serem alemãs. Para resolver a questão, Isadora adotou todas as seis garotas.

Em 1916 excursionou também pela América do Sul, e chegou a fazer uma apresentação no Brasil, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

O chamado dos sovietes

Isadora na Escola Soviética de Dança, em Moscou
Depois do final da guerra, Isadora partiu para mais um turnê européia, e vivia em Paris novamente quando, na primavera de 1921 recebeu um telegrama do governo soviético que dizia: “Só o governo dos sovietes é capaz de compreendê-la. Venha para nós. Faremos aqui sua escola. Amizade. Assinado: Anatol Lunatcharski, comissário do povo na Instrução Pública encarregado das belas-artes.”

Ao que ela respondeu: “Aceito. Irei à Rússia, ensinarei suas crianças. Quero apenas que me dêem um estúdio e o dinheiro indispensável para trabalhar”. A resposta do governo soviético foi “sim”, e Isadora partiu imediatamente de navio para Moscou.
Chegando lá, o Comissariado da Educação lhe destinou o palácio Balachova, um casarão de dois andares, onde cerca de mil crianças estavam matriculadas. Em 1921 era fundada a Escola Soviética de Dança, em Moscou.

A seguir, saiu em mais uma turnê pelos Estados Unidos, a qual foi abreviada em virtude da polêmica que causavam seus discursos em favor da União Soviética. "Amo a Rússia, porque a Rússia possui tudo o que falta aos Estados Unidos...” disse ela em discurso. E em sua última entrevista ela ainda afirmou: “Não vejo a hora de chegar à União Soviética. Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira... Na Rússia, temos liberdade. O povo americano ainda não sabe o que é isso...”

Isadora Duncan e Sergei Iessienin
No ano seguinte casou-se com o poeta soviético Serguei Iesienin. A despeito do que se costuma afirmar a seu respeito, esta não foi uma contradição no seu comportamento transgressor. Em sua autobiografia ela afirma: “Uma das melhores coisas realizadas pelo governo dos Sovietes foi a abolição do casamento. Duas pessoas que querem fazer uma vida em comum, deixam seus nomes em um livro onde há impresso logo abaixo a seguinte declaração: ‘Esta assinatura não implica qualquer responsabilidade das partes e pode ser anulada por simples pedido de um dos interessados’. Esta espécie de casamento é a única que pode convir a uma mulher de espírito emancipado, e não foi de outra maneira que eu compreendi e realizei.”

Esta sua união foi tempestuosa e durou cerca de dois anos, culminando com o suicídio do poeta em 1925, que se matou enforcado com a correia de sua mala um ano após o final do relacionamento dos dois.
Após a separação, Isadora voltou para a França e passou seus últimos anos na cidade de Nice, na Riviera francesa. Nessa época havia já abandonado os palcos e atravessava uma fase de decadência, tomando remédios e vivendo entregue ao alcoolismo. Escreveu em 1927 o livro autobiográfico “Minha vida”, em que relata os principais fatos de sua vida e carreira até o momento em que vai para a União Soviética.

Bailarinas da companhia de Isadora Duncan
Aclamada como iniciadora do balé moderno e um espírito vivo da dança, discriminada pela postura independente e revolucionária, inspirou poetas e artistas e é ainda hoje um ícone de sua época.
Em 14 de setembro de 1927, aos 49 anos, morreu da mesma forma espetacular como viveu. Estava instalada no banco traseiro de seu carro conversível, que era dirigido por seu motorista. O xale enrolado ao seu pescoço dançava ao vento quando as franjas do xale enroscaram-se na roda do veículo. Sua cabeça foi lançada para trás e a nuca foi quebrada. Morreu estrangulada. Ironicamente, desde a morte de seus filhos, Deidre e Patrick, ela se recusava a entrar em carros fechados.

Em homenagem à bailarina, foi criada em 1979, a Isadora Duncan Dance Foundation, em Nova Iorque. Os arquivos pessoais de Isadora Duncan estão atualmente no Lincoln Center, também em Nova Iorque.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Retrato de Romy Schneider !


A atriz austríaca, que morreu há 25 anos, ganha uma biografia que devassa a sua trágica vida

REVELAÇÕES
Segundo o escritor Johannes Thiele, Romy (à dir.) escondia sob a beleza uma profunda infelicidade , verdadeira coleção de perdas.A atriz austríaca Romy Schneider morreu no auge de sua carreira há 25 anos. Tinha beleza de deusa, calma de budista e ar de felicidade de quem sorri o tempo todo para os fãs. Foi assim que enfrentou publicamente, por exemplo, a morte precoce e trágica de seu filho David - ele tinha 14 anos quando morreu perpassado pelas pontas da grade do portão de sua casa em Paris. A eterna beleza, a eterna calma e o eterno sorriso eram, no entanto, pura mágica. Romy Schneider, espécie de Marilyn Monroe de cabelos negros, foi um poço sem fundo de infelicidade, e esse é o tom da sua mais nova biografia, Romy Schneider: ihre filme, ihr leben, ihr seele (Romy Schneider: seus filmes, sua vida, sua alma). O livro acaba de ser lançado em Viena e seu autor, o biógrafo Joannes Thiele, caprichou para definir a atriz em poucas palavras: "a vida de Romy daria um filme melhor e mais intenso que todos os filmes que ela fez em vida". Trata-se de um elogio e tanto, uma vez que a filmografia de Romy reúne admiráveis clássicos como Ludwig II, rei da Baviera (Luchino Visconti) e O processo (Orson Welles).

Problemas profissionais ela nunca teve. Filha de um casal de atores (o austríaco Wolf Albach Retty e a alemã Magda Schneider), Romy estreou no cinema aos 15 anos e alcançou o rápido sucesso com a trilogia de filmes sobre a imperatriz austríaca Sissi - papel que está, aliás, na raiz daquela máscara majestosa da qual ela não conseguia se libertar.

O livro de Thiele mergulha em sua personagem justamente para lhe tirar esse véu. O autor detecta na infância da atriz os primeiros sinais dos sentimentos de rejeição e abandono que a acompanhariam ao longo da vida. Os seus pais se separaram e ela sofreu bastante os efeitos dos poucos cuidados que recebia da mãe, mais voltada para a carreira de atriz. O seu pai também a abandonou e era o amor paterno que ela sempre buscou nos homens. O mais famoso de seus parceiros amorosos, o ator francês Alain Delon, deixou-lhe uma marca devastadora. Delon já era uma estrela quando Romy o conheceu nas filmagens de Christine, ela tinha 20 anos, ele, 23. Egocêntrico e narcisista, o ator viu em Romy apenas uma aventura - isso segundo o biógrafo. E assim, como um aventureiro, acabou o relacionamento da forma mais covarde possível: apenas um bilhete colado a um buquê de rosas vermelhas. Romy voltava de uma filmagem nos EUA e, ao entrar em seu apartamento, encontrou o ambiente vazio. Nas flores, a frase que a apunhalou: "Vou para o México com Nathalie." Outras perdas se acumularam com os anos, já aí marcados pelo uso de drogas e álcool. O segundo marido, o diretor de teatro Harry Meyen (pai de David), suicidou-se, e pouco depois morreu-lhe o filho. Também menos infeliz não foi o casamento com o seu secretário Daniel Biasini: ela se separou dele ao descobrir que a única coisa que o interessava era sua fortuna. No dia 29 de maio de 1982 o coração de Romy não agüentou mais. Os jornais da época frisavam que ela morrera de "coração partido".

domingo, 12 de outubro de 2008

A Princesa e o Cavaleiro !


A Princesa e o Cavaleiro foi baseado na publicação de Manga de 1953 a 1956. Foram feitos 52 episódios e a série foi produzida por Osamu Tezuka em sua própria companhia, Mushi Productions. Foi ao ar na televisão japonesa em 1967 e 1968.

A Princesa e o Cavaleiro era um desenho animado colorido, sobre uma princesa jovem, em um reino de conto de fadas (Terra de Prata) onde era necessário ser homem para poder assumir o trono real. A série se passa nos tempos Medievais. A Princesa Safiri que fingia ser um menino foi chamada de Príncipe Safiri (pois uma menina não poderia assumir o trono real). Ela tinha seu pequeno assistente Ching vindo do céu com uma missão especial, pois Ching tinha dado a Safiri dois corações, um de menino e um de menina.

No primeiro episódio o Rei anuncia o nascimento da criança como um Príncipe que será algum dia o Rei. Ele engana as pessoas pois uma menina não pode ser sucessora do trono de acordo com a lei da Terra de Prata. A mentira é descoberta por Duque Duralumínio que deseja adquirir o trono e passá-lo ao seu filho Plástico, que tem problemas mentais. As únicas pessoas que conhecem o segredo de Safiri são o médico, Gary e a Enfermeira.

A série inteira é centrada ao redor de se tentar provar que o Príncipe realmente é uma menina, o que acontece na metade da série. Safiri nasceu com 2 corações. Ching é um anjo que deu para a Princesa Safiri um coração azul antes que o Anjo Chefe lhe desse um coração rosa para ser uma menina. Ching foi enviado do céu para buscar o coração azul de Safiri a transformá-la em uma menina meiga e agradável. Ching procurou durante 12 anos e quando ele a acha a aventura começa. Duque Duralumínio e seu companheiro medroso Nylon estavam sempre planejando armadilhas para desmascarar Safiri. Safiri amava o Príncipe Franz, da Terra do Ouro, onde juntos combaterão o mal de seus rivais. Osamu Tezuka definiu que os principais protagonistas de seu desenho teriam nomes de metais preciosos e pedras preciosas e os vilões da história, teriam nomes baseados em ligas baratas ou sintéticas. Daí os nomes de Safiri, Duralumínio e Nylon. Osamu criou inúmeros personagens conhecidos, entre eles Astroboy, Kimba o Leão e outros.

Mestre Cartola faria 100 anos !


Angenor de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1908. Ganhou seu apelido de Cartola quando, como pedreiro, resolveu usar um chapéu coco para que o cimento não grudasse em seus cabelos. Seus colegas não resistiram a gozação e lhe deram o apelido.

Cartola é a prova da natureza surpreendente do verdadeiro talento. Fez somente o primário e jamais conseguiu se integrar à estrutura de trabalho. Trabalhou sempre com bicos, como pedreiro, pintor de paredes, lavador de carros, vigia de prédios e contínuo de repartição pública. Mas seu dom fez dele o maior sambista carioca de todos os tempos, com letras impecáveis e batidas deliciosas.

Na década de 20, quando os blocos de carnaval resolveram se organizar em sociedades permanentes, Ismael Silva e o pessoal do Estácio criaram uma associação que se autodenominava Escola de Samba, a Deixa Falar. Cartola, então, juntou o pessoal da Mangueira, escolheu o nome Estação Primeira de Mangueira, adotou as cores verde e rosa e também criou sua escola. Nascia assim o maior fenômeno do carnaval carioca. Em seu primeiro desfile na Praça Onze, com o samba enredo de Cartola, Chega de Demanda, a Mangueira ganhava também o primeiro prêmio do carnaval.

Apesar do sucesso de seus sambas, Cartola morreu pobre, morando numa casa doada pela prefeitura do Rio de Janeiro, em 30 de novembro de 1980.

Roberto Ribeiro, uma voz que não pode calar !


As escolas de samba vivem um paradoxo: são um celeiro de cantores, popularmente chamados de "puxadores", mas raros fazem sucesso fora das quadras. Uma das exceções é José Bispo Clementino dos Santos, Jamelão, da Mangueira, cantor, intérprete de samba-enredo – jamais um "puxador", como se recusa a ser chamado. Outro dos raros exemplos é Roberto Ribeiro – assim mesmo com o verbo no presente, pois Roberto continua vivo nas gravações (poderiam ser em maior número), vídeos (raros). E principalmente na lembrança de quem ouviu aquela voz de timbre muito especial.

Nascido Demerval Miranda Maciel, Roberto é sinônimo de Império Serrano, ao lado do maior compositor de sambas-enredos da história, Silas de Oliveira (Heróis da Liberdade, Tiradentes), de Mano Décio (parceiro de Silas), Dona Yvonne Lara, Mestre Fuleiro, e por aí vai. Além de puxador, Roberto era da ala de compositores da escola – chegou a fazer dois sambas para a avenida.

A voz translúcida de Roberto Ribeiro deixou para sempre o registro de algumas obras-primas de Silas, além de jongos – uma das marcas registradas do morro da Serrinha – e uma fieira de belíssimos sambas de terreiro. Uma das duas melhores gravações de Senhora Tentação (Meu Drama), de Silas, é dele. A outra é de Cartola. Roberto teve ainda a sensibilidade de deixar registrado um samba-enredo que, apesar de não ter sido o escolhido na quadra para ir à avenida, no carnaval de 1975, durante anos foi cantado nas rodas. A divulgação do samba era feita espontaneamente nos bares e biroscas do Rio. Estrela de Madureira ("Brilhando / num imenso cenário...") sobreviveu durante muito tempo sem estar gravado. Com Roberto Ribeiro, garantiu a perpetuidade. Puxador de samba na avenida, aos poucos Roberto conquistou palcos e estúdios. Mas nunca se desligou da Serrinha. Nos dias de desfile do Império podia ser visto no asfalto com terno de linho branco, camisa verde e óculos escuros, para proteger a vista, atacada por uma doença irreversível.

Fluminense de Campos, morreu em 1996, vítima de um atropelamento. Foi-se muito cedo, aos 55 anos de idade. Seguiu o destino de Silas, que, em 1972, aos 56, sofreu enfarte fulminante depois de cantar sambas seus em uma roda em Botafogo. Roberto Ribeiro estava presente. Continua presente.

Aluizio Maranhão
ENSAIO
29/1/1991

Está faltando uma coisa em mim
E é você, amor
Tenho certeza, sim
Nossos momentos foram algo mais
Sem eles hoje eu não tenho paz
Está
Está faltando uma coisa em mim
E é você, amor
Tenho certeza, sim
Nossos momentos foram algo mais
Sem eles hoje eu não tenho paz
Eu vou parar num canto
E me perguntar se vai compensar
Por esse pranto que carrego
E eu nego que eu dou
Ah! Esse amor
Que está fazendo tanta falta no meu mundo
Vou lhe perguntar
Está
Está faltando uma coisa em mim
E é você, amor
Tenho certeza, sim
Nossos momentos foram algo mais
Sem eles hoje eu não tenho paz
Eu não sou de aço
Pois o laço forte
Um convívio bom tem seu lugar
E como a vida passa
Me resta somente tomar a decisão de levantar
O pano do meu barco
E navegar juntinhos
Está faltando uma coisa em mim
E é você, amor
Tenho certeza, sim
Nossos momentos foram algo mais
Sem eles hoje eu não tenho paz
Está
Está faltando uma coisa em mim
E é você, amor
Tenho certeza, sim
Nossos momentos foram algo mais
Sem eles hoje eu não tenho paz
Vazio (Está Faltando uma Coisa em Mim), Nelson Rufino. Copyright by EDIÇÕES MUSICAIS TAPAJÓS LTDA. (EMI).

***

Eu nasci em Campos, Rio de Janeiro.

***

Ah, lembro, sim. Meu pai Antônio Ribeiro de Miranda e dona Júlia Francisca Miranda. Meu pai foi jardineiro, sofreu muito, já morreu há trinta e tantos anos atrás. Tem algumas coisas que marcou na vida do meu pai que é duro de lembrar agora, mas ele cantava uma música que marcou muito em mim, sabe?, que é uma música chamada Jardineira, a marchinha Jardineira (cantarola): "Ô, jardineira, por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu? Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu". E a minha mãe cantava uma música que era uma homenagem a... É... Me lembra uma música que Jorge Veiga cantava. Não dá agora. É um negócio muito emocionante, não dá pra lembrar agora. Desculpe, mas eu fico devendo essa aí.

***

Se meu pai era bravo? Não. Eu acho que uma pessoa que trabalha com as plantas não pode ser bravo, trabalha com as flores. Também tinha muito crioulo dentro de casa, muita gente, estão quase todos vivos, a rapaziada é a maior parte músico, outro é lanterneiro, outro é pintor. Sabe como que é? Eu tô aqui numa boa. Meu pai era maravilhoso, gente fina.

***

Na minha terra tem um negócio que marcou muito na minha infância, eu tinha dez anos, por aí, chamado Boi Pintadinho. É uma festa bonita de carnaval, o pessoal cantava, eu lembro do refrão, que dizia assim (cantarola):

Olha a cara do boi.
Ê boi.
Olha o peito do boi.
Ê boi.
Olha o rabo do boi.
Ê boi.
Olha o olho do boi.
Ê boi
Olha o boi
Ê boi
Aí o boi baixava, né? Aí daqui a pouco pintava uma música e o cara cantava assim:

Levanta, meu boi, levanta
Que é hora de levantar
O Roberto está falando, rapaziada
Vamos marcar
Levanta, meu boi, levanta
Que é hora de viajar

E o boi levantando. Daqui a pouco ele levantava e eles começavam:

Olha a cara do boi
Ê boi
Olha o rabo do boi
Ê boi
Boi. D.P.

Era assim o Boi Pintadinho, está lá até hoje.

***

É, com nove anos de idade eu tinha que ajudar a família, porque a família sempre foi muito devagar, não tinha nada realmente, muito grande, e todo mundo tinha que se virar. Eu com nove anos de idade entregava leite, trabalhava na leiteria lá na minha terra e saía às cinco horas da manhã pra entregar o leite na porta das pessoas. E sempre... Tinha uma música que marcou muito a minha vida, uma música cantada pela saudosa Elizeth Cardoso, uma música do Chocolate, Canção de Amor. Essa me marcou muito, tinha nove anos de idade.

Saudade
Torrente de paixão
Emoção diferente
Que aniquila a vida da gente
Numa dor que eu não sei de onde vem
Deixaste
Meu coração vazio
Deixaste a saudade
Ao desprezares aquela amizade
Que nasceu ao chamar-te meu bem
Nas cinzas dos meus sonhos
Um hino então componho
Sofrendo a desilusão que me invade
Canção de amor
Saudade
Canção de Amor, Dorival Silva/Elano de Paula. Copyright by TODAMÉRICA MÚSICA LTDA. (ADDAF).

É muito difícil achar material sobre Roberto Ribeiro,
mas existe uma outra Biografia que eu achei excelente.
Esta segue abaixo.
( Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. ).

Biografia:

Cantor. Compositor.

Ex-jogador de futebol profissional em sua cidade natal.

Ao final da vida, foi acometido por uma doença na visão, que acabou por perder.

Foi casado com a compositora Liette de Souza.

Faleceu no Rio de Janeiro.

Dados Artísticos:
Em 1972, em parceria com a cantora Elza Soares gravou três compactos pela Odeon. Neste mesmo ano, a gravadora, satisfeita com o sucesso dos compactos, lançou o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro".

Em 1973 gravou o LP "Simone et Roberto Ribeiro - Brasil Export 73 Agô Kelofé", lançado pela gravadora Odeon somente para o mercado externo.

No ano de 1975, a Odeon lançou o compacto duplo "Sucessos 4 sambas", no qual Roberto Ribeiro interpretou "Leonel/Leonor" (Wilson Moreira e Neizinho). Ainda neste ano, despontou com os sucessos "Estrêla de Madureira" (Acyr Pimentel e Cardoso) e "Proposta amorosa" (Monarco), ambas incluídas no LP "Molejo". A partir daí, sua carreira começou a ser notada pela crítica e pelo público, graças à beleza da sua voz e perfeito timbre para cantar o samba carioca. Um ano depois, lançou dois grandes sucessos nas rádios de todo o Brasil: "Tempo É" (Zé Luiz e Nélson Rufino) e "Acreditar" (Ivone Lara e Délcio Carvalho), ambas de seu disco "Arrasta povo".

Em 1977, gravou "Liberdade" (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho) no disco "Poeira pura", pela EMI. No ano posterior, o sucesso de "Todo menino é um rei" (Nélson Rufino e Zé Luiz) o colocou outra vez na lista dos disco mais vendidos. Do mesmo disco, outras músicas também despontaram nas emissoras, como "Amei demais" (Flávio Moreira e Liette de Souza) e "Isso não são horas" (Catoni, Chiquinho e Xangô da Mangueira) e "Meu drama" (Silas de Oliveira e J. Ilarindo), música incluída como tema da novela "Pai Herói", da TV Globo, fazendo um grande sucesso nacional, divulgada também no disco da novela, lançado pela gravadora Som Livre.

Em 1979, lançou pela gravadora Odeon o LP "Coisas da vida". Entre as mais tocadas desse disco estavam "Vazio" (Nélson Rufino), conhecida na época como "Está faltando uma coisa em mim", e "Partilha" (Romildo e Sérgio Fonseca). No ano seguinte, gravou em seu disco "Fala meu povo", algumas composições suas, como "Vem", em parceria com Toninho Nascimento. Deste LP, constaram alguns sucessos da época, como "Só chora quem ama" (Wilson Moreira e Nei Lopes) e "Quem lucrou fui eu" (Monarco). Neste mesmo ano, a Fundação Nacional de Arte (Funarte), fez uma tiragem promocional deste disco.

Em 1981, lançou o LP "Massa, raça e emoção", com o sucesso "Santa Clara Clareou" (Zé Baiano do Salgueiro).

No ano de 1983, interpretou no LP "Roberto Ribeiro", um sucesso de sua autoria, "Algemas"(c/ Toninho Nascimento). No ano seguinte, gravou outra parceria sua com Toninho Nascimento, "Lágrima morena", em seu disco "De Palmares ao tamborim", lançado pela EMI. Neste mesmo ano participou do disco "Partido alto nota 10", de Aniceto do Império, no qual interpretaram em dueto a faixa "Chega devagar", de autoria de Aniceto do Império.

Em 1985, lançou o LP "Corrente de aço", que contou com a participação de Chico Buarque na faixa "Quem te viu, quem te vê" (Chico Buarque) e de Nei Lopes na música "Malandros maneiros" (Nei Lopes e Zé Luiz).

Gravou o disco "Sorri pra vida" no ano de 1987, obtendo sucesso com a faixa "Ingrata paixão" (Mauro Diniz, Adilson Victor e Ratinho). Um ano depois, lançou "Roberto Ribeiro", disco que contou com a participação especial de Alcione na faixa "Mel pra minha dor" (Nélson Rufino e Avelino Borges) e do Grupo Raça na música "Malandro mais um" (Ronaldinho e Carlos Moraes).

Em 1995, a gravadora EMI-Odeon lançou o CD "O talento de Roberto Ribeiro", no qual compilou 22 sucessos de seus vários discos. Neste mesmo ano, participou do disco-homenagem "Clara Nunes com vida", produzido por Paulo César Pinheiro, no qual interpretou, (com sua voz acrescida posteriormente) em dueto com Clara Nunes "Coisa da antiga", de Wilson Moreira e Nei Lopes.

No ano de 2003, Neguinho da Beija-Flor prestou-lhe homenagem póstuma incluindo a faixa "Recomeçar" no disco "Duetos", lançado pela gravadora Indie Records.

No ano de 2006 Liette de Souza lançou o livro "Roberto Ribeiro 10 anos de saudade", na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro. Na ocasião o grupo Caviúna, formado Luciano Macedo (voz e percussão), Abel Luiz (cavaquinho), Patrick Ângelo (violão de 7 cordas), João Rafael (pandeiro) e Chico Abreu (surdo), prestou homenagem ao compositor com o show homônimo, que contou também com a participação de Alex Ribeiro (filho de Roberto Ribeiro) e ainda de, Zé Luiz do Império e as pastoras do Império Serrano.

Obra:
Algema (c/ Toninho Nascimento) • Bate coração (c/ Toninho Nascimento) • Braços abertos (c/ Toninho Nascimento) • Caro amor (c/ Joel Menezes) • Chafariz (c/ Toninho Nascimento) • Conchas e estrelas (c/ Toninho Nascimento) • Desbandeirar (c/ Toninho Nascimento) • Devaneios e tramas (c/ Toninho Nascimento e Nélson Rufino) • Divina invenção (c/ Serafim Adriano e Liette de Souza) • Ebó (c/ Toninho Nascimento) • Engenho Novo (c/ Joel Menezes) • Eu sou assim (c/ Nivaldo Duarte) • Império bamba (c/ Joel Menezes) • Lágrima morena (c/ Toninho Nascimento) • Miçanga (c/ Toninho Nascimento) • Noite amiga (c/ Joel Menezes) • Quem sabe amanhã (c/ Toninho Nascimento) • Rosas do mar (c/ Toninho Nascimento) • Serra, Serrinha, Serrano (c/ Toninho Nascimento) • Sorri pra vida (c/ Liette de Souza) • Vem (c/ Toninho Nascimento).
Meu tributo pessoal à Roberto Ribeiro.

" Peregrino da Vida " !


" Na vida do homem, o amor é uma coisa a parte, na da mulher, é toda a vida. "

Os Anos 70 ! A década do " EU " !


Se os anos 50 foram marcados pelo conservadorismo do pós-guerra e os anos 60 pela primeira invasão britânica no pop, os anos 70 chacoalharam todas as estruturas.

A moça de topless ou a feminista que distribui manifestos; o rapaz de pele dourada que salta da prancha de surfe para a discoteca ou o hare krishna de cabeça rapada; o homem saudável que faz jogging ou o solitário que retorna ao apartamento de solteiro após haver passado o domingo em companhia do filho; o gay que marcha sobre Washington ou o ativista brigando pela anistia; a mulher descasada que tenta começar de novo ou o ecólogo preocupado com a destruição da natureza: estes são alguns, e provavelmente os principais, embora não todos, dos personagens que definiram o comportamento na década de 70.

Pode não ser exatamente o melhor período da história contemporânea para ser visitado, mas essa década, vista à distância, teve lá seus (muitos) encantos.

Foi a década de uma movimentada cena alternativa, a década da radicalização de experiências comportamentais (não havia AIDS!), a década da contracultura, do underground, dos jornais, revistas, livros e discos independentes. Foi mais uma década de continuações do que de explosões. Uma década de revisões e ampliações, mas não propriamente de invenções. A "Década do Eu", como já foi rotulada. Do desejo de mudar o mundo passou-se à urgência de um encontro consigo mesmo. Para muitos, a década do "vazio cultural"; para outros, anos alucinados e - por que não? - divertidos.

Logo de cara os Beatles chutam o balde e fecham a tampa. Dão um basta e já partem para suas carreiras solo. Em contraposição, o Festival de Woodstock, realizado em agosto de 1970, veio para provar que nenhum sonho acabou - o pesadelo apenas começava.

Começava também a decadência do movimento hippie com a morte de Jimi Hendrix e Janis Joplin. Os festivais de Woodstock e da Ilha de Wight sepultaram definitivamente os acontecimentos dos tempos hippies. Então, aliando um pouco de charme hippie e muito glamour, começava uma nova onda no pop, a chamada geração glitter. Pela primeira vez o mundo ouvia o termo androginia. Estava lançada a expressão da ambigüidade sexual.

Era a época dos famosos sapatos plataforma, das calças boca-de-sino, das meias de lurex, do poliéster e dos signos do zodíaco. A moda passou a ser idealizada de fora para dentro, do povo para os fabricantes, da rua para os salões. O antigo conceito de exclusividade caducou e a massificação dominou o mercado. A criatividade aposentou o termo chic que, entre muitos outros, foi substituído por kitsch, punk, retrô. A juventude era inexperiente e desconhecia o rumo a tomar - sabendo apenas que não queria obedecer aos padrões reinantes - a moda seguiu a corrente hippie. Nosso ocidentalismo era considerado decadente. Isso acabou resultando na consolidação da própria contestação, tendo como bandeira um pedaço de tecido grosso, azul e desbotado: o jeans.

Junto com a modernidade da época, sobreviveram em pleno auge super bandas de hard rock como Led Zeppelin e Black Sabbath. O rock pesado vivia seu grande momento e por um lado a androginia o influenciava em sua forma de comportamento, vide Mick Jagger, que vivia soltando a franga... Outras grandes figuras que escandalizaram a década de 70 foram Rod Stewart (quem diria, hoje ele é quase um careta!), e o ícone David Bowie, em seus áureos tempos femininos.

A androginia faria nascer aqui no Brasil o mais famoso e efêmero grupo muscial do país: os Secos & Molhados. Mesmo desfeito em 1974 (só um ano após sua formação), permitiu à sua estrela Ney Matogrosso continuar mexendo com os corpos e principalmente com as cabeças de todos e todas.

O rock progressivo também viveu seu grande momento com Emerson Lake & Palmer, Yes e Pink Floyd. Foi nessa safra que surgiu o Queen, um dos primeiros grandes exemplos do rock de arena, ao lado do Fleetwood Mac, veteranos dos anos 60 ainda vivendo seu auge. Mais ou menos nessa mesma época começa a aparecer nas paradas mundiais o supra-sumo da papa açucarada doa anos 70, o grupo ABBA, uma das mais bem-sucedidas invenções da década.

Uma parcela sempre crescente dos jovens continuou fascinando-se pelas drogas (que o diga a jovem alemã Christiane F.) e a cocaína acabou por se transformar em indicadora de status. O pó conseguiu inclusive tirar da droga a característica contestatária que ela havia ganho com a maconha e as experiências lisérgicas da década de 60. Virou presença indispensável e indisfarçável nas festas sofisticadas, subiu às coberturas e esteve no fundo de mármore das piscinas particulares.

O Clube do Mickey no Brasil !


Fez muito sucesso por aqui. Estreou dia 11 de setembro de 1978 na TV Tupi, fechando o Clube do Capitão Aza entre 17 e 18h. Antes da estréia, a Tupi teve um cuidado especial com a dublagem, que foi da BKS. Teve que ser refeita várias vezes até ser aprovada pela direção da emissora, que tinha como base a dublagem do Muppet Show. Com a falência da TV Tupi, o "Clube" ficou fora do ar por alguns anos, até voltar pela TVS (SBT) em 1985.

A extrema competência da BKS (antiga AIC-SP), fez com que as traduções das canções do programa ficassem gravadas em nossas mentes até hoje. Não foram traduzidas ao pé da letra, e sim adaptadas a nossa língua. Quem pode esquecer o tema de encerramento: "Já chegou a hora do programa terminar..."

Lembram do Sugismundo !


Outro fragmento da minha infância...
Em sua primeira veiculação a campanha do "Sugismundo" agradou a crianças, jovens e adultos e certamente atingiu o propósito de conscientizar a população sobre o assunto da destinação do lixo.

Porém, muito se especulou a respeito dos resultados da campanha lançada em favor da higiene individual e coletiva através dos desenhos animados de Sugismundo, criado por Ruy Perotti.

Há quem diga que, simpatizadas com Sugismundo por seu carisma, muitas crianças se recusaram terminantemente que suas mães os banhassem, no início dos anos 70.
Todas queriam ficar iguais a ele.

I Love Lucy !


O casal Lucy (a atriz e comediante norte-americana Lucille Ball) e Rick Ricardo (o cubano Desi Arnaz) foi um dos maiores sucessos da TV mundial com seus 179 episódios de I Love Lucy. Lucille e Desi eram casados na vida real, o que dava um sabor especial à série. Na trama, Rick era um chefe de orquestra cubano e Lucy, uma dona de casa que também desejava sucesso artístico e para alcançá-lo, era capaz de altas armações para entrar no glamuroso mundo do show business. Como pano de fundo, eram retratadas também as situações relacionadas ao dia-a-dia do casa e do filho Ricky Ricardo Jr (Keith Thibodeaux). Acabam envolvidos na trama também Fred (William Frawley) e Ethel Mertz (Vivian Vance), uma mistura de vizinhos, senhorios e melhores amigos do casal principal. Antigos artistas, eles também ajudam Lucy nas situações mais malucas. A série era produzida pela Desilu Productions, de propriedade de Lucille e Desi. Entre os diretores estavam William Asher, que viria se tornar depois produtor e diretor de A Feiticeira. I Love Lucy estreou na rede americana CBS em 1951 trazendo inovações que viraram regras nas tramas do gênero, como a filmagem com mais de uma câmera e presença (ou risadas) do público. Uma curiosidade é que o patrocinador do programa era a Phillip Morris e, por isso, os personagens apareciam freqüentemente fumando.

" The Mary Tyler Moore Show " !


A série da CBS mostrava a vida e carreira de uma mulher independente chamada Mary Richards (Mary Tyler Moore), que havia se mudado de Minneapolis para investir em sua carreira de apresentadora de TV. Mary Richards era uma personagem íntegra, genuína e agradável, nada narcisista e trabalhava numa emissora medíocre. Apesar de seus vários atrativos, Mary não conseguia arranjar um namorado. Seu editor durão era Lou Grant (Ed Asner), que na verdade era manso como um gatinho. Seu colega, Ted Baxter (Ted Knight), era um âncora egocêntrico, superficial e sem a menor inteligência para entender as matérias que iam ao ar. A inimiga de Mary Richards é a cínica e sarcástica Sue Ann Nivens (Betty White), sua colega no canal de TV, que apresentava um programa de culinária.The Mary Tyler Moore Show foi ao ar pela primeira vez em 19 de setembro de 1970 e ficou no ar até 3 de setembro de 1977 e fazia parte da programação na faixa nobre da emissora norte-americana, que havia começava a se livras de siticons rurais para dar lugar a tramas urbanas. No Brasil, foi exibida igualmente no final da década de 70 nos finais de tarde da Rede Globo.
O universo de Mary Tyler Moore era integrado por amigos e chefes, que acabaram ganhando séries próprias. No período de 1974 a 1977, os americanos puderam assistir simultaneamente essa série com The Bob Newhart Show e Rhoda, todas produzidas por Mary Tyler Moore e seu marido na época, Grant Tinker, executivo da MTM Enterprises.

Meu tributo pessoal à Mary Tyler Moore !

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O Poeta com um "amor que não ousa dizer o nome" !


"A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre."

Oscar Wilde

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Simplesmente CHE !


Nascido em 14 de junho de 1928 na cidade de Rosário, Guevara foi o primeiro dos cincos filhos do casal Ernesto Lynch e Celia de la Serna y Llosa. Sua mãe foi a principal responsável por sua formação porque, mesmo sendo católica, mantinha em casa um ambiente de esquerda e sempre estava cercada por mulheres politizadas. Desde pequeno, Ernestito - como era chamado - sofria ataques de asma e por essa razão, aos 12 anos, se mudou com a família para as serras de Córdoba, onde morou perto de uma favela. A discriminação para com os mais pobres era comum à classe média argentina, porém Che não se importava e fez várias amizades com os favelados. Estudou grande parte do ensino fundamental em casa com sua mãe. Na biblioteca de sua casa - que reunia cerca de 3000 livros - havia obras de Marx, Engels e Lenin, com os quais se familiarizou em sua adolescência. Em 1947, Ernesto entra na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires, motivado em primeiro lugar por sua própria doença, desenvolvendo logo um especial interesse pela lepra. Em 1952, realiza uma longa jornada pela América do Sul com o melhor amigo, Alberto Granado, percorrendo 10.000 km em uma moto Norton 500, apelidada de 'La Poderosa'. Observam, se interessam por tudo, analisam a realidade com olho crítico e pensamento profundo. Os oito meses dessa viagem marcam a ruptura de Guevara com os laços nacionalistas e dela se origina um diário. Aliás, escrever diários torna-se um hábito para o argentino, cultivado até a sua morte. No Peru, trabalhou com leprosos e resolveu se tornar um especialista no tratamento da doença. Che saiu dessa viagem chocado com a pobreza e a injustiça social que encontrou ao longo do caminho e se identificou com a luta dos camponeses por uma vida melhor. Mais tarde voltou à Argentina onde completou seus estudos em medicina. Foi convocado para o exército, porém, no momento estava incompatibilizado com a ideologia peronista. Não admitia ter de defender um governo autoritário. Portanto, no dia da inspeção médica, tomou um banho gelado antes de sair de casa e na hora do exame teve um ataque de asma. Foi considerado inapto e dispensado. Já envolvido com a política, em 1953 viajou para a Bolívia e depois seguiu para Guatemala com seu novo amigo Ricardo Rojo. Foi lá que Guevara conheceu sua futura esposa, a peruana Hilda Gadea Acosta e Ñico Lopez, que, futuramente, o apresentaria a Raúl Castro no México. Na Guatemala, Arbenz Guzmán, o presidente esquerdista moderado, comandava uma ousada reforma agrária. Porém, os EUA, descontentes com tal ato que tiraria terras improdutivas de suas empresas concedendo-as aos famintos camponeses, planejou um golpe bem sucedido colocando no governo uma ditadura militar manipulada pelos yankees. Che ficou inconformado com a facilidade norte-americana de dominar o país e com a apatia dos guatemaltecos. A partir desse momento, se convenceu da necessidade de tomar a iniciativa contra o cruel imperialismo. Com o clima tenso na Guatemala e perseguido pela ditadura, Che foi para o México. Alguns relatos dizem que corria risco de vida no território guatemalteco, mas essa ida ao México já estava planejada. Lá lecionava em uma universidade e trabalhava no Hospital Geral da Cidade do México, onde reencontrou Ñico Lopez, que o levou para conhecer Raúl Castro. Raúl, que se encontrava refugiado no México após a fracassada revolução em Cuba em 1953, se tornou rapidamente amigo de Che. Depois, Raúl apresentou Che a seu irmão mais velho Fidel que, do mesmo modo, tornou-se amigo instantaneamente. Tiveram a famosa conversa de uma noite inteira onde debateram sobre política mundial e, ao final, estava acertada a participação de Che no grupo revolucionário que tentaria tomar o poder em Cuba. A partir desse momento começaram a treinar táticas de guerrilha e operações de fuga e ataque. Em 25 de novembro de 1956 os revolucionários desembarcam em Cuba e se refugiam na Sierra Maestra, de onde comandam o exército rebelde na bem-sucedida guerrilha que derrubou o governo de Fulgêncio Batista. Depois da vitória, em 1959, Che torna-se cidadão cubano e vira o segundo homem mais poderoso de Cuba. Marxista-leninista convicto, é apontado por especialistas como o responsável pela adesão de Fidel ao bloco soviético e pelo confronto do novo governo com os Estados Unidos. Guevara queria levar o comunismo a toda a América Latina e acreditava apaixonadamente na necessidade do apoio cubano aos movimentos guerrilheiros da região e também da África. Da revolução em Cuba até sua morte, amargou três mal-sucedidas expedições guerrilheiras. A primeira na Argentina, em 1964, quando seu grupo foi descoberto e a maioria morta ou capturada. A segunda, um ano depois de fugir da Argentina, no antigo Congo Belga, mais tarde Zaire e atualmente República Democrática do Congo. E por fim na Bolívia, onde acabaria executado. Sem a barba e a boina tradicionais, disfarçado de economista uruguaio, Che Guevara entrou na Bolívia em novembro de 1966. A ele se juntaram 50 guerrilheiros cubanos, bolivianos, argentinos e peruanos, numa base num deserto do Sudeste do país. Seu plano era treinar guerrilheiros de vários países para começar uma revolução continental. Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967. Passou a noite numa escola de La Higuera, a 50 quilômetros de Vallegrande, e, no dia seguinte, por ordem do presidente da Bolívia, general René Barrientos, foi executado com nove tiros numa escola na aldeia de La Higuera, no centro-sul da Bolívia, no dia seguinte à sua captura pelos rangers do Exército boliviano, treinados pelos Estados Unidos. Sua morte, no dia 9 de outubro de 1967, aos 39 anos, interrompeu o sonho de estender a Revolução Cubana à América Latina, mas não impediu que seus ideais continuassem a gozar de popularidade entre as esquerdas. Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade do guerrilheiro. A confusão culminou no desaparecimento dos seus restos mortais, encontrados apenas em 1997, quando o mundo recordava os trinta anos de sua morte, sob o terreno do aeroporto de Vallegrande. O corpo estava sem as mãos, amputadas para reconhecimento poucos dias depois da morte, e contrabandeadas para Cuba. Em 17 de outubro de 1997, Che foi enterrado com pompas na cidade cubana de Santa Clara (onde liderou uma batalha decisiva para a derrubada de Batista), com a presença da família e de Fidel. Embora seus ideais sejam românticos aos olhos de um mundo globalizado, ele se transformou num ícone na história das revoluções do século XX e num exemplo de coerência política. Sua morte determinou o nascimento de um mito, até hoje símbolo de resistência para os países latino-americanos.

Chuva !

A chuva fina molha a paisagem lá fora.O dia está cinzento e longo... Um longo dia!Tem-se a vaga impressão de que o dia demora...E a chuva fina continua, fina e fria, Continua a cair pela tarde, lá fora.Da saleta fechada em que estamos os dois, Vê-se, pela vidraça, a paisagem cinzenta:A chuva fina continua, fina e lenta...E nós dois em silêncio, um silêncio que aumentase um de nós vai falar e recua depois.Dentro de nós existe uma tarde mais fria...Ah! Para que falar? Como é suave, branda,O tormento de adivinhar — quem o faria? —As palavras que estão dentro de nós chorando...Somos como os rosais que, sob a chuva fria, Estão lá fora no jardim se desfolhando.Chove dentro de nós... Chove melancolia...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Bom dia !

Minhas primeiras linhas por aqui, espero que sirva para desgarregar todo o stress do dia à dia !
Beijos,
Sol